Assembleia Legislativa endossa repúdio de Barranco a Donald Trump

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou, nesta quarta-feira (16), uma Moção de Repúdio contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que decidiu aplicar uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos brasileiros. A medida, segundo o autor da matéria, deputado Valdir Barranco (PT), afeta diretamente setores estratégicos da economia mato-grossense, como a agricultura e a pecuária.

Barranco, que preside o Partido dos Trabalhadores no estado,  argumenta que a nova tarifação torna inviáveis as exportações brasileiras para o mercado norte-americano, ameaçando a geração de empregos no campo, a balança comercial regional e a sobrevivência de pequenas e médias empresas exportadoras. “Mato Grosso é um dos maiores exportadores de soja, milho, carne bovina e algodão. Esses produtos têm os EUA como destino estratégico”, destacou o parlamentar.

A medida, anunciada por Trump em 9 de julho e com vigência prevista para 1º de agosto, foi classificada pelo deputado como unilateral, injusta, desproporcional e motivada por interesses político-ideológicos. Para ele, trata-se de uma retaliação à condução do processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

“O governo Trump deixou claro que não se trata de um instrumento legítimo de defesa comercial, mas sim de uma retaliação política. Isso configura um grave abuso de poder econômico e diplomático”, afirmou. Segundo Barranco, o próprio conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, admitiu que o objetivo da medida era “punir o Brasil pelo tratamento dado a um aliado estratégico”.

A moção também aponta que a tarifação viola normas internacionais e compromissos comerciais firmados pelo Brasil e pelos EUA, como os princípios da Organização Mundial do Comércio (OMC), especialmente os da não discriminação, transparência e proporcionalidade. Também compromete o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), de 1947.

O presidente do PT-MT cita ainda o posicionamento do  economista e Prêmio Nobel Paul Krugman, que classificou a medida como  ‘grotescamente ilegal’. “Em entrevista à rádio pública americana NPR, Krugman declarou não gostar do que o sistema judiciário de outro país está fazendo não é motivo legal para impor tarifas. Ele ainda descreveu a atitude do presidente americano como maligna e megalomaníaca, alertando que usar tarifas como forma de interferência política representa uma ameaça à ordem internacional”, diz trecho da Moção de Repúdio apresentada pelo deputado Valdir Barranco.