Publicado em 22 de julho de 2025

“Muitos dos que saem do Bolsa Família são jovens e adultos que estudaram”, afirma Wellington Dias

Durante entrevista ao programa Bom Dia Ministro, da EBC, nesta terça-feira (22), o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, celebrou um marco histórico de quase 1 milhão de famílias que saíram do Bolsa Família no mês de julho .

“A maioria delas, 536 mil, cumpriu os 24 meses na regra de proteção, recebendo 50% do benefício mesmo após o aumento da renda. Agora, saem do programa pela porta da frente”, afirmou.

O número reflete a melhoria das condições de vida de cerca de 3 milhões de pessoas apenas em 2024. Desde o início do atual governo do presidente Lula, mais de 8,6 milhões de brasileiros saíram da pobreza, destaca o ministro.

Três frentes de transformação

Ao ser questionado sobre o que tem impulsionado essa virada, Wellington Dias destacou três eixos centrais: educação, qualificação para o emprego e estímulo ao empreendedorismo.

“A educação é o primeiro passo. Muitos dos que saíram do programa são jovens e adultos que estudaram, se formaram em cursos técnicos, superiores, e obtiveram bons empregos”, disse.

Ele citou ainda uma parceria com municípios, estados e setor privado, que viabilizou ações conjuntas de qualificação para o mercado de trabalho. Um exemplo é a parceria com a Petrobras no Rio de Janeiro, que já possibilitou a contratação de cerca de 20 mil pessoas do Cadastro Único (CadÚnico).

Na frente do empreendedorismo, o programa Acredita no Primeiro Passo tem apoiado milhares de pequenos negócios urbanos e rurais com crédito e assistência técnica. “Já liberamos cerca de R$ 14 bilhões para o campo e R$ 10 bilhões para a área urbana”, informou Dias.

Durante a entrevista, o ministro também esclareceu como funciona a chamada regra de proteção. Famílias que melhoram de renda continuam recebendo 50% do valor do Bolsa Família por até dois anos. E se perderem a renda, podem retornar automaticamente ao benefício, sem enfrentar filas.

“Essa é uma mudança principal. O Bolsa Família virou um colchão de proteção social. Entrou uma vez, só sai para cima”, enfatizou o ministro, citando que o Cadastro Único permanece ativo mesmo após o desligamento do programa.

Assista a entrevista completa:

 

Números de economia

Segundo Wellington Dias, os avanços sociais contribuíram diretamente para o fortalecimento da economia no país. Ele destacou a criação de empregos e o crescimento dos pequenos negócios:

– 2023: 2,3 milhões de novos pequenos negócios e 2,1 milhões de negócios.

– 2024: mais de 1 milhão de empregos já gerados e 2,6 milhões de novos pequenos negócios.

“Cerca de 70% dos empregos hoje vêm dos pequenos negócios. E a maioria deles é impulsionada por quem já esteve no Bolsa Família”, frisou.

Mulheres negras à frente do empreendedorismo

Em resposta a uma pergunta sobre programas voltados para mulheres pretas empreendedoras, o ministro revelou que 67% dos financiamentos do governo Lula são destinados a mulheres.

“E muitas são negras e periféricas. Programas como o Elas Empreendem e o Desenrola Pequenos Negócios têm garantido crédito, capacitação e resultados concretos”, disse.

Ele ressaltou ainda que o número de empreendedoras negras cresceu 15% em 2024.

Inflação e segurança alimentar

Sobre a inflação dos alimentos, o ministro apontou que o Brasil vive um cenário positivo.

“Em julho, tivemos deflação no preço dos alimentos. Isso é resultado de uma combinação de medidas: ampliação da produção, estoques reguladores da Conab, isenção tributária da cesta básica e investimento no plano safra”, explicou.

Ele também alertou para os riscos do chamado “tarifaço” anunciado pelo governo dos Estados Unidos. “Há uma tentativa de especulação com o dólar. Isso afeta o coâmbio, encarece produtos importados e precisa ser investigado”, afirmou.

Dias ressaltou que o governo trabalha com a Apex e o Itamaraty para abrir novos mercados a exportadores brasileiros.

Wellington Dias comentou ainda os desafios impostos pelas mudanças climáticas em diferentes regiões do Brasil.

No Norte, o MDS tem atuado com embarcações para transporte de alimentos e equipamentos aos ribeirinhos e indígenas. No semiárido nordestino e no Sul, cisternas e tecnologias sociais para irrigação estão sendo ampliadas para garantir água e produção mesmo em períodos de seca.

“São mais de 56 mil sistemas no Nordeste e 7 mil na Amazônia. É a convivência com o semiárido e com os efeitos da crise climática”, disse.

Integração entre programas sociais

O ministro explicou que, ao sair do Bolsa Família, a pessoa não perde acesso a outros programas do governo Lula, como o Pé-de-Meia, a Farmácia Popular, a Tarifa Social de Energia e o Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

“A permanência no Cadastro Único garante prioridade. Isso é o que o presidente Lula chama de dignidade”, afirmou.

Wellington Dias encerrou a entrevista destacando o papel do Brasil no combate à fome no mundo. Ele viajará à Etiópia para participar de reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre segurança alimentar. O país deverá apresentar novos dados positivos.

“O Brasil já retirou 24,4 milhões de pessoas da fome e reduziu em 85% a insegurança alimentar severa. Se os dados de 2024 confirmarem a tendência, em julho de 2026 o Brasil estará oficialmente fora do mapa da fome”, reforçou.

O ministro também ressaltou que o país já reduziu a miséria de 9% para 4% e a pobreza de 37% para 23%.

Dias defendeu ainda que as políticas sociais devem ser vistas como vetor estratégico de desenvolvimento econômico.

“Tenho orgulho de trabalhar com a visão de que o social não é gasto, é investimento. O Brasil tem condições de ser um país sem fome, sem miséria e com uma forte classe média”, afirmou.

 

 

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