Publicado em 8 de outubro de 2025

Mato Grosso tem 11 empregadores na “lista suja” do trabalho escravo divulgada pelo MTE; CUT-MT cobra responsabilização e fim da impunidade

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou nesta segunda-feira (6) a nova atualização do Cadastro de Empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas à escravidão — conhecida como “lista suja” do trabalho escravo. Em todo o país, 1.530 trabalhadores foram resgatados entre 2020 e 2025, conforme dados da Auditoria Fiscal do Trabalho.

Em Mato Grosso, 11 empregadores foram autuados e incluídos na lista, após a conclusão de processos administrativos nos quais tiveram garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa. Os casos envolvem fazendas, madeireiras, mineradoras e até uma construtora, em municípios como Comodoro, Nova Xavantina, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Nova Maringá, Alta Floresta, Juína e Cáceres.

Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores de Mato Grosso (CUT-MT), Henrique Lopes, a divulgação da lista é um retrato cruel da desigualdade e da precarização do trabalho no campo e na cidade:

“É inadmissível que em pleno século XXI, o estado de Mato Grosso ainda figure em listas de empregadores que exploram seres humanos como se fossem propriedade. Cada trabalhador resgatado é uma denúncia viva contra o modelo econômico que prioriza o lucro acima da dignidade. A CUT-MT exige punição exemplar e o fortalecimento da fiscalização, que vem sendo sucateada ao longo dos anos.”

Henrique Lopes também destacou que o combate ao trabalho escravo precisa ser tratado como política de Estado permanente, com recursos garantidos, integração entre os órgãos públicos e compromisso das empresas que atuam nas cadeias produtivas regionais.

“Trabalho escravo não é acidente, é escolha. E enquanto houver impunidade, haverá quem escolha explorar. Nossa luta é para que cada resgatado volte a ter cidadania, direitos e esperança”, completou o presidente da CUT-MT.

Empregadores de Mato Grosso incluídos na lista suja:
• Roberto dos Santos – Comodoro (2 trabalhadores)
• Eduardo Antônio Barros da Silva – Fazenda Filadélfia, Nova Xavantina (1 trabalhador)
• Guizardi Júnior – Construtora e Incorporadora, Chapada dos Guimarães (5 trabalhadores)
• Manoel dos Santos – Fazenda Sonho Meu, Cuiabá (3 trabalhadores)
• Madereira Medianeira Ltda – Fazenda Aruanã, Nova Maringá (7 trabalhadores)
• RC Mineradora Ltda – Garimpo de ouro, comunidade de Ourolândia, Alta Floresta (10 trabalhadores)
• Thomáz Edilson Felice Chaub – Fazenda Conquista, Nova Xavantina (3 trabalhadores)
• Vilson Balotin – Sítio Recanto Feliz, Juína (1 trabalhador)
• Welmiston Oliveira Borges – Vista Alegre, Cáceres (1 trabalhador)
• Wilson José de Andrade Guedes – Fazenda Passagem da Onça, Chapada dos Guimarães (1 trabalhador)

 

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